
´´ Fiz a experiência decisiva: nas mãos de um garoto que fazia das suas, e vi que ele imediatamente se acomodou, entretido, só tendo olhos para ler a história e ver as gravuras deliciosas de Gian Calvi. Foi o tempo passando e o menino, antes inquieto, ficou ali tranquilo, acompanhando as aventuras e brincadeiras do Daniel do livro, no maior encantamento. Verifiquei então que o romancista de O Quinze e João Miguel dera uma de Scherazade e dera certo: aquele jeito especial de narrar, que é o segredo de sua ficção, ela o aproveitou da melhor maneira para prender a atenção da garotada; aquele senso do humano tão dos seus romances ela o apurou quanto pode nessa sua primeira incursão pela literatura infantil. Há um poder de invenção que é essencial no gênero – e isto é o forte da escritora cearense. ``
O mestre da crítica, Álvaro Lins, julgou Caminho de Pedras.
´´ O seu estilo é o mesmo, sóbrio, simples, elegante, de um perfeito bom gosto e com um exato senso de medida. E aos danuzianos que ainda existam vale apena lembrar o valor da simplicidade. Sem querer fazer um paradoxo que seria ridículo, a verdade é que escrever fácil está justamente em amontoar palavras difíceis. Arte, e da mais complexas, é escrever nesse estilo simples de Rachel de Queiroz, que representa a mais bela forma de expressão literária.
A ilustre romancista imprimiu ao Caminho de Pedra todas as virtudes e todo o seu encontro de seu estilo. E nesse sentido o seu romance tem tanta uniformidade na sua riqueza que sinto dificuldade de citar qualquer trecho como demonstração. ``
Fonte: Romance – Caminho de Pedra.